Como é meu costume vou usar uma alegoria da cultura popular
para dizer algo. Os bons entendedores entenderão.
Atualmente nos encontramos em tempos interessantes e quando
olho para o universo que me cerca sinto-me realmente perplexo. Encontrei no
universo cinematográfico do apocalipse zumbi, mais precisamente no seriado “The
Walking Dead” uma forma de expressar um pouco da confusão moral que observo no
dia-a-dia e uma forma de parodiar a realidade.
Nesse universo fictício podemos separar três grandes categorias:
OS BONS
São indivíduos que pautados por um padrão de moral
(universal) passam pelas mais duras provações dando sempre provas dos valores básicos
como: Amor, compaixão, misericórdia, caridade, abnegação e etc. Com falhas e
dificuldades os componentes desse grupo podem se perder, as vezes se corromper,
mas dentro de suas faculdades humanas, suas ações sempre afetam os mais próximos
permitindo que o convívio humano ainda seja possível e mesmo nesses tempos de dificuldades
vividos por eles ainda sim será possível observar aprendizado e crescimento.
OS MAUS
São indivíduos que, por mais diversos motivos, se entregam às
paixões e isso os levam a abandonar os valores morais e se tornarem ditadores,
agressivos, corruptos, egoístas e etc. Durante as experiências vividas por esse
grupo, podem haver momentos em que a remissão acontece e uma mudança de
comportamento possa ocorrer. Independente do que são ou das motivações que os
levaram até onde eles estão, sempre podem usar de suas habilidades e características
para influenciarem seus próximos e sobreviverem mais, sendo sempre possível
fazer coisas novas em novos contextos aprendendo e crescendo.
OS ZUMBIS
Esses são quase uma força da natureza. Não pensam. Não
articulam. Não interagem. Não se preocupam. Não influenciam o meio em que vivem
a não ser através da tentativa de saciar a fome voraz de devorar tudo que é
vivo ao seu redor. Não sabem o que estão fazendo e nem se preocupam em aprender,
crescer ou conviver. Nada mais importa a não ser satisfazer ao instinto básico
da fome independentemente de onde isso os leve. E o mais triste: Um vez zumbi, nunca mais volta a ser bom, mau ou se quer um humano pleno.
Conclusão
Quando observo ao meu redor vejo poucos maus e pouquíssimos bons,
mas vejo um oceano de zumbis que não se importam, não querem discutir o assunto
e nem querem se dar ao trabalho de crescer, aprender ou preocupar com algo além
da subsistência.
Temo que a ficção não seja assim tão surreal!
Se alguma razão há em gastar meu tempo escrevendo algo, faço
o apelo à quem me lê. Se você leu até agora talvez ainda não seja um zumbi e
ainda haja esperança. Medite sobre o assunto e pense no o que você tem investido
seu tempo e energia. Em amor, compaixão, misericórdia, caridade, abnegação,
ganancia, agressividade, corrupção, egoísmo ou simplesmente em satisfazer seus
instintos básicos e saciar sua fome em detrimento ao mundo que o cerca?