terça-feira, 31 de março de 2020

Quem você é no apocalipse zumbi?


Como é meu costume vou usar uma alegoria da cultura popular para dizer algo. Os bons entendedores entenderão.
Atualmente nos encontramos em tempos interessantes e quando olho para o universo que me cerca sinto-me realmente perplexo. Encontrei no universo cinematográfico do apocalipse zumbi, mais precisamente no seriado “The Walking Dead” uma forma de expressar um pouco da confusão moral que observo no dia-a-dia e uma forma de parodiar a realidade.


Nesse universo fictício podemos separar três grandes categorias:

OS BONS

São indivíduos que pautados por um padrão de moral (universal) passam pelas mais duras provações dando sempre provas dos valores básicos como: Amor, compaixão, misericórdia, caridade, abnegação e etc. Com falhas e dificuldades os componentes desse grupo podem se perder, as vezes se corromper, mas dentro de suas faculdades humanas, suas ações sempre afetam os mais próximos permitindo que o convívio humano ainda seja possível e mesmo nesses tempos de dificuldades vividos por eles ainda sim será possível observar aprendizado e crescimento.

OS MAUS

São indivíduos que, por mais diversos motivos, se entregam às paixões e isso os levam a abandonar os valores morais e se tornarem ditadores, agressivos, corruptos, egoístas e etc. Durante as experiências vividas por esse grupo, podem haver momentos em que a remissão acontece e uma mudança de comportamento possa ocorrer. Independente do que são ou das motivações que os levaram até onde eles estão, sempre podem usar de suas habilidades e características para influenciarem seus próximos e sobreviverem mais, sendo sempre possível fazer coisas novas em novos contextos aprendendo e crescendo.

OS ZUMBIS

Esses são quase uma força da natureza. Não pensam. Não articulam. Não interagem. Não se preocupam. Não influenciam o meio em que vivem a não ser através da tentativa de saciar a fome voraz de devorar tudo que é vivo ao seu redor. Não sabem o que estão fazendo e nem se preocupam em aprender, crescer ou conviver. Nada mais importa a não ser satisfazer ao instinto básico da fome independentemente de onde isso os leve. E o mais triste: Um vez zumbi, nunca mais volta a ser bom, mau ou se quer um humano pleno.


Conclusão

Quando observo ao meu redor vejo poucos maus e pouquíssimos bons, mas vejo um oceano de zumbis que não se importam, não querem discutir o assunto e nem querem se dar ao trabalho de crescer, aprender ou preocupar com algo além da subsistência.
Temo que a ficção não seja assim tão surreal!
Se alguma razão há em gastar meu tempo escrevendo algo, faço o apelo à quem me lê. Se você leu até agora talvez ainda não seja um zumbi e ainda haja esperança. Medite sobre o assunto e pense no o que você tem investido seu tempo e energia. Em amor, compaixão, misericórdia, caridade, abnegação, ganancia, agressividade, corrupção, egoísmo ou simplesmente em satisfazer seus instintos básicos e saciar sua fome em detrimento ao mundo que o cerca?